segunda-feira, 31 de outubro de 2011

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Do fino feixe de luz da Lua Nova, inspirações para um Voo Livre

A Solidão
assim é novidade
é como querer divagar por horas
algo que cabe em uma palavra.

A Ilusão
que de tão densa capta o incauto Ego
Habituado à rotina de escolhas a tomar
e em velocidade de escape
Lança-o
a transpassar os vários graus de consciência

A evolução
que prospecta um novo pensar, um novo proceder
e propulsiona.
Sobrevoa e olha os ínfimos abismos,
rachaduras aos olhos das alturas.

A constatação
que do alto, nesse voo livre
a Lua esta noite me sorri
e convence
ao mostrar a caligrafia das estrelas
que a vida não é um sonho
nem o mundo um mar de sofrimento

A tradução
de sinapses esparsas, conceitos subjetivos
que transfigura-se
em sentenças alteradas remodeladas
a anunciar-te
A esperança que carregas em teu nome
A centelha divina que carregas em ti

Não há tempo que passe, sem que essa solidão se apresente e gere a ilusão. Evolução a parte, há a constatação de um sentimento, que mesmo em um voo livre, não tem tradução.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Eco

Saudades, hades, hades, hades...

(HdD década de 1980)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Livr(o)e(-)Arbítrio

Volante em locomotiva
Minha opinião
Pipa talhada
Buzina de avião
Realmente Deus dá
Asas a quem não sabe voar
E eu, nem nadar
Afundo
Minha escolha

Cegos tocando surdos
Criados-mudos
Sorriso em boca banguela
Da minha vida cuido eu
Senão, Quem cuida dela?

Gosto da vida, mas
Como vivê-la sem falar da morte?
Livre-arbítrio
É questão de sorte

(HdD, IIIde86)

Conselho para bem nos entendermos

No banheiro, não escolha o mictório
mija logo, caralho
Escolha, no máximo, o seu canto de costume
mas, o meu, não
Senão vou ter que segurar.

(HdD, Xde86)

Novo Mundo Fêmea

Não te descobri menina
Não te explorei mulher
Não te colonizei amante
Te libertei, amada!

(Hilário das Dores, 1986)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Água com açúcar

Desculpa incomodar a viagem, gente.
Não sei se viram na televisão.
Uma chacina. Era madrugada.
Sábado pra domingo. Embu das Artes.
Mataram nove, gente.

Foi na minha casa, gente.
Eu e meu filho
sobreviveu, mas
perdi um olho.
Meu filho, gente,
graças a Deus, nada.

Trabalho, gente,
ainda não consegui.
Nem chorar.
Só água com açúcar, gente,
ontem o dia inteiro,
sem nem bolacha
pra ajudar esquecer o estômago.

Cinco centavos, dez centavos, gente.
Agradeço um leite, um passe.
O que puder.
Cinco centavos, dez centavos, leite.
Meu filho, gente.

Não sei mais paz, gente.
Não sei mais quê.
Meu filho, gente.

domingo, 16 de outubro de 2011

Poemas do brother Matheus!!!

Uns escritos esparsos dum brother meu:

"Serei o que sou a ti
o que nunca fui, senão por ti
Seria o que foi por nós
o nós que nunca passou de olá
Olá a vida, que me tras você"

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"É sadismo nóis
É desejo atroz
Fome de tudo e de nada
Não mais te ver, desejar
Eis o sadismo de estar em você"

********************************

"E nois vaindo ó, ...
Vai indo eu, indo você."

****************************

"E fôrma que não forma
É forma sem valor
É teto sem amor
É caralho sem você"

***************************

"Isso gera fome
gera caos, doença, tesão e tensão
gera teto, esperança, traz lembrança
tras rito, tras isso traz, é grito e fala e dor
É sem amor, amando o que desconhece
E quando me reconheço, gozei em você"

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Mulecagem

Todo dia
no mesmo horário
o menino sobe no telhado
E lá de cima
grita bem alto

- Olha só quem vem ali!
Ah, é apenas mais um viado.

Outro dia o menino pirou
e subiu pelado
e mijou no cidadão
que passava despreocupado

- E ai? Ficou puto seu viado?

Mas teve um dia
que o menino subiu armado
e as bombinhas em suas mãos
atirava pra todos os lados

- Vai se limpar que você ficou todo cagado!

Os vizinhos revoltados
avisaram seu pai
que o espancou indignado

- Isso é pra aprender a não subir mais no telhado!

O menino cabisbaixo
trancou-se em seu quarto
triste por não poder ir mais no telhado

E no outro dia
quando foi procurado
ele não estava mais lá
E nunca mais foi encontrado

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Minhas coisas favoritas

[Ao som de My favorite Things e de A Love Supreme de John Coltrane. Logo, dedicado a Ilana.]

entretanto,
a vida insiste e os reencontros
acontecem.

Tudo
depende do corpo, digo,
de uma exigência do corpo

uma exigência
por misturas movimentos síncopes
Jazz incessante
lapidado por sagrados negros devotos de
the Soul the Swing the Freedom.

Sopros de harmônicas vibrações em deliciosa conversa franca de frases livres variadas sobre um delírio de cores brutas.

A união a adesão
o Gozo!

Um quarto de silêncio.

A love supreme
A love supreme
A love supreme


Louvor ao amor.

Sossego de estar
consigo mesmo & consigo outro.
Você sabe como é isso.
Pois sinta
the Feeling the Mood the Rhythym...

De copos por esvaziar,
nos transbordamos
para receber um acorde dissonante.

Sorrimos.

O bar está fechando.
Então, vamos?