quarta-feira, 25 de maio de 2011

Só mais um rosto na multidão

Interiorizo-me
com pensamentos
coca-colas
e hambúrgueres

Exteriorizo-me
com impropérios
arrotos
e peidos

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Buraco Negro

Enquanto tudo voltava para um ponto
primordial, para ser de novo Big-Bang,
Carlão Verdureiro, puxava um ronco no caminhão.

Wet Dreams #2 a.k.a Coincidencias do inconsciente.

Fora dos domínios de Morfeu eu a vi, e agradou-me aos olhos vê-la.
Para impactar ainda mais o meu nobre sentido da visão, dançava com fogo e seu vestido negro balançando só prendia mais meus olhos a suas ancas.
E aí se acabou, não mais a vi. Só sabia que morava nas cercanias. Mas não mais a vi.
Eis então que o insconsciente trabalha:
Alguns meses depois, numa dessas noites nulas da vida, aquela que agradou aos meus olhos volta pra me dominar, montar e cavalgar, fazendo jus ao nome deste singelo texto.
Acordei pra trocar de roupa de baixo, ah o poder do inconsciente.
E no dia seguinte, novamente fora dos domínios de Morfeu, um simples trabalho na horta.
E como se tivesse saído do limbo de minha mente, avisto aquela figura novamente, desta vez de vestido branco, contra o sol, transparente.
A probabilidade não é tão pequena, uma vez que morando nas cercanias eu poderia deparar com ela a qualquer momento.
Mas depois de um sonho desses.
A imagem dela de vestido branco, seus cabelos curtos e cacheados, contra a luz, evidenciando sua cinturinha e seu quadril largo, com uma mini calcinha verde limão, está na minha mente e jamais sairá.

QUE RABO!

domingo, 22 de maio de 2011

jam session

negro chapéu feltro dourado instrumento sopro espírito jazz chapado uísque saliva ouvidos vibrações sutis máximas taoistas consciência orgíaca suprema amor jam session clímax formas indistintas pessoas olhares pares globulares incandescentes intensos crânios coaxantes rãs amazônicas pulmões plenos grito sax rouco louco rugido ancestral morte faminta vítimas humanas tenras silêncio denso presas ofegantes hormônios alertas implacável fim.

[reescrita de “1950's ou uma orgia bebop” ao som de A Love Supreme, John Coltrane]

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Lan House

Depois do serviço, o cidadão cibernético encontrou Deus no fim
da espiral colorida do Player de seu computador.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Trindade

Era natal,
fui na casa da muié
e briguei com a sogra.

Na virada,
ela não quis vir pra cá
e brigou comigo por telefone.

Dai fui no bar
e encontrei amigos por lá.
Vamos viajar?

Ela ligou
e me perguntou
Onde cê tá?

Eu?... Tô vendo o mar!

piada infame da Letras #1

O gramático tradicional para o poeta moderno:
- Nem vem que hoje eu estou sem paciência. Se você quebrar a norma mais uma vez perto de mim, eu quebro os seus dentes.

Ao que o poeta respondeu:
- O seu tempo tá feio hoje, ein? Você tá trovejando muito.

Pra quê? Mal terminou a frase e tomou no Celso Cunha.

Translation

poema pra Estela e pro Thiago

O amor em
outro idioma,
ou até menos,
outro sotaque,
é estranho.

é estrangeiro.
é lá. também é aqui.
é agora. também é depois.

é promessa. é conversa. muita conversa.
é espera. é stress. muito stress.

o estranho é
que o que quer que
seja, é.

O poeta na beira da vida

quando o lápis lacera o pulso do papel
sangra sangra sangra
palavras de dor.

- o meu ato de suicídio é escrever.

prenda de santa bárbara

perdeu o cabacinho
no escurinho do quartinho
quentinho do bonitinho
nada bobinho.

fodeu.

mamãe avisou que
- antes de casar -
Virgem Maria
não a receberia
com flores no Paraíso.

terça-feira, 17 de maio de 2011

vem cá

poema dedicado ao Mombojó.

vem cá
me mostra que
você sabe rebolar
devaga...ri...nho...

mas como se
dança essa música? -
- você me pergunta.

do jeito que ela vier.
aí tá o segredo
dessa música que
te parece estranha

como eu.
como a vida.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pensei em horizontes...

Isso é idéia para um texto.
Aquela que vem de madrugada e que de tão ruim você esquece quando acorda.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

teoria do microconto III

blogs e portas de banheiros são as mídias par excellence do microconto.

Ad futuram memoriam

O falo rijo entalhado na parede apresenta sinais do tempo: desgaste, comentários homossexuais, réplicas homofóbicas, vice-versa, e musgo. Nada que surpreenda a um cidadão greco-romano a.C. enquanto alivia sua bexiga, exceto pela desproporção obscena do escroto em relação ao corpo cavernoso, e deste, à glande.