quinta-feira, 31 de março de 2011

catedrático Gusmão vai à praia

(odeio sol
detesto areia
sunga é um saco.)

- Filinto, não vai nadar no fundão! Papai não gosta.

O despertar do ímpeto recalcado do catedrático Gusmão

Entre as prateleiras da seção de periódicos:

(Ai!
quero trepar quero trepar
quero muito
trepar.)

- Moça, pode me ajudar?

segunda-feira, 28 de março de 2011

Chegou o Carnaval...

No balcão, bêbado, o preto batucava na caixa de fósforos enquanto o samba tocava. Cavaco, pandeiro, percussão, surdo, cuica...
Era Benito de Paula.
... eu chorei / na avenida eu chorei / não pensei que mentia a cabrocha que eu tanto amei.
Suspirou profundamente e pediu mais uma garrafa.

domingo, 27 de março de 2011

cotidie morimur

aqui não tem não sei dançar. não sei jogar. não sei amar. aqui tem muita gente. não vai reparar você. fora do ritmo. fora da regra. fora de si. aqui tem pouco tempo. quando vem. vem. aqui não tem não sei. não sei. inventa uma história no ouvido. fala sem você eu não vivo. ao vivo é sempre bem mais melhor. sem essa de hoje tô de boa. aqui não tem outra hora. já é muito acontecer agora.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Teoria

A probabilidade da agua do vaso respingar na bunda é igualmente proporcional à sua preocupação disso acontecer.

Melhor que sexo?

SSSS...SSSS...
Ahhhhhhh....
a melhor sensação do mundo...
mais, mais, mais, mais, mais...
SSSS...SSSS...
Ahhhhhhh....
a melhor sensação do mundo...
mais, mais, mais, mais, mais, preciso de mais, não posso ficar sem, tá doendo...
- Ae mano, arruma cinco conto pra eu pegar um busão pra minha cidade?

Teoria do microconto II

O microconto é diarréia altamente concentrada e compactada - sempre urgente por pra fora.

quarta-feira, 23 de março de 2011

não é verdade?

“Oh, você”, dizia Bessie. “Você é apenas um sátiro gasto. Não sabe o significado da paixão. Quando tem uma ereção, pensa que está apaixonado.”
“Muito bem, talvez isso não seja paixão… mas não se pode ficar apaixonado sem ter uma ereção, não é verdade?”

- Trópico de Câncer, Henry Miller

(créditos: Thiago Cestari - felicissicimo.blogspot.com)

sábado, 19 de março de 2011

darwin's love

de repente eu fiquei safado. o órgão do amor palpitando forte. você ali - fêmea úmida - esperando. querendo. permitindo. foi mexer o cabelo. molhar os lábios. realçar a postura - dos seios. o ar ardendo com o meu e o seu cheiro. afobação de andorinha voando pra primavera. de tão urgente a gente esquece culpa. e a felicidade acontece.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Wet Dreams #1

Estava eu prostrado de joelhos
ela entrou, nua
seus olhos, um misto de agressão e desejo
me rondava, se aproximava
pantera espreitando a presa
segurou forte minha cabeça
seus dedos se fechavam e puxavam meus cabelos
enfiou meu rosto entre suas pernas
Ahhh! Delícia seu gosto
com seus braços fortes
intercalava meus beijos entre sua boca e seu sexo
me beijava e dizia
queria sentir seu gosto em minha boca
Deleite puro.
Duro foi ter que acordar, Duro!

Estou ciente e quero continuar

Então não se acanhe e venha para cá
Deixe a mente fluir e o ambiente te libertar
Tome um drink, relaxe e ponha um som pra tocar

Venha logo pra cama!
Vamo trepá!

domingo, 13 de março de 2011

um link que tem tudo a ver com a proposta deste blog: http://hotchickswithbooks.tumblr.com/

poiesis

uma noite com turistas gêmeas incestuosas bissexuais do leste europeu - eis a fonte de toda inspiração poética.

sábado, 12 de março de 2011

Semeadura

Sementinha que o vento rodopia... rodopia... semeia, e que às vezes não germina.
Palavras...
"Vai ser a última vez." Não foi.
"Eu sou muito bom pra você" Não é. Por isso terminou na minha cama.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Biscoito da sorte

pegou um papelzinho amassado no chão. desembrulhou. leu "VAI SE FODER" em esferográfica vermelha. guardou-o no bolso. passou na floricultura. comprou a flor mais barata - uma rosa amarela. colocou o papelzinho entre as pétalas e entregou-a à primeira pessoa feliz que encontrou, com carinho.

sexta-feira, 4 de março de 2011

quinta-feira, 3 de março de 2011

pouco ou nada

aqui
sempre som sempre luz sempre
sempre indo sempre vindo sempre
sem poder nós, nus e vinho.

onde? onde? onde?
no mar?
onde mais?

o deserto não é perto.
nem fora.

suicídio com manga e leite?

digo adeus a deus.
mando o diabo ao diabo.

quero ficar só.
em paz.
agora

Tenho problemas com tampas.

Se tenho duas tampas e duas coisas para serem tampadas, pode ter certeza, me confundirei.
Podem ser até duas tampas totalmente diferentes, vai haver confusão.
Outro dia, por exemplo, estava com a tampa de um refrigerante em uma mão e a tampa da panela de macarrão em cima da mesa, tanto a garrafa quanto a panela precisavam ser tampadas, e de repente eu me vi tentando tampar a panela com a tampinha do refri.
No outro tentei tampar a leiteira com a tampa do achocolatado.
Ja aconteceu também de tentar tampar a vasilha "tapauér" que guardava os queijos (que é quadrada) com a tampa da maionese (que é redonda).
E também tentar tampar a caixa de sapato que guardo meus perfumes e desodorantes com a tampa de um desodorante.
É absolutamente automático e só percebo quando vejo que é impossível e absurdo.
Quando as tampas são parecidas e encaixam, mesmo trocadas, nem dou conta. Só percebo o erro quando alguém reclama as tampas trocadas.

Isso me deixa muito intrigado.

Não contratei seus serviços

Mas ela veio.
De sobretudo, encapuzada com o rosto encoberto pela sombra.
Deixei entrar.
Calmamente deixou o sobretudo sobre a cadeira.
Por baixo havia uma fantasia de enfermeira, uma peruca loira.
Achei que era minha cura.
Segui o fluxo da situação.
Mas novamente ela se despiu.
E não foi nada calmo dessa vez.
Só um espartilho de couro, colado em seu corpo.
Seu cabelo era roxo, a maquiagem pesada, o batom da mesma cor dos cabelos.
Era uma dominatrix experiente.
Passou horas a chicotear minha mente.
Deixou algo sobre a mesa.
Era um cartão vermelho com seu nome em dourado:
Paranóia.
E na parte de trás um recado anotado em caneta preta, as pressas:
Voltarei outra hora.