segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Aos 26 do primeiro tempo

Minha poesia não é um relógio quebrado;
muito mais inútil
- adolescente.

Pois isto insisto ser:
moleque que quebra janela assusta gato rouba beijo esfola joelho.

Ô, seu Manoel! Me ajuda
a ensinar essa gente a ser criança ainda outra vez.

Ele diz:
"É pra isso que eu presto."
Está bem, meu velho, porém, vou mudar:
"É por isso que eu não presto."
Assim, melhor eu.

Olha! pela minha pele
sanguessugas aos milhares
de ventosas chupando febre fingida de menino safado.

Estive no pântano.

Brinquei de afundar na lama.
Brinquei de fugir de jacaré.
Brinquei de lamber perereca.

Quando cansei,
voltei. Antes do jantar,
tomei um banho lento.

Nu, reconheci:
apenas uma infância, apenas uma vida, apenas um corpo...
tão pouco.

Que eu renasça! e torne a renascer
nos infernos, céus e terras
anunciados pelos profetas pobres de todos os povos.

Chega de frescura!
Chuto o balde e bem alto grito
GOOOOOoooool!
sem vontade de ser vencedor campeão supremo absoluto.

Só essa vontade de ser um perigo à conformidade.

2 comentários:

  1. puta vida, ser um perigo a conformidade é o que há!

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  2. massa! "sem vontade de ser vencedor", até pq aqui é curintia porra! hahaha

    curti tudo, mas sobretudo esse verso final.

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