quinta-feira, 3 de março de 2011

Não contratei seus serviços

Mas ela veio.
De sobretudo, encapuzada com o rosto encoberto pela sombra.
Deixei entrar.
Calmamente deixou o sobretudo sobre a cadeira.
Por baixo havia uma fantasia de enfermeira, uma peruca loira.
Achei que era minha cura.
Segui o fluxo da situação.
Mas novamente ela se despiu.
E não foi nada calmo dessa vez.
Só um espartilho de couro, colado em seu corpo.
Seu cabelo era roxo, a maquiagem pesada, o batom da mesma cor dos cabelos.
Era uma dominatrix experiente.
Passou horas a chicotear minha mente.
Deixou algo sobre a mesa.
Era um cartão vermelho com seu nome em dourado:
Paranóia.
E na parte de trás um recado anotado em caneta preta, as pressas:
Voltarei outra hora.

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